Páscoa

 
Texto Base: Êxodo 12:21

A palavra “Páscoa” é usada para designar a festa dos judeus que, no hebraico é chamado “pessach”, que significa “soltar por cima” ou “passar por sobre”, referindo-se ao anjo destruidor que passou por cima das casas dos israelitas que haviam aspergido o sangue do “cordeiro pascal” nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa.
Na terra de Canaã a festa veio a ser unida a festa agrícola dos “Pães asmos”, que por sua vez continua sendo celebrada por sete dias, desde o décimo quarto dia do primeiro mês (Abibe/Nisã) do calendário judaico, equivalente aos meses de Março/Abril do nosso calendário gregoriano como memorial da libertação dos hebreus da servidão do Egito (Lev. 23:4-8).

A Páscoa também incluía outra festa agrícola, a “Festa das primícias”, oferecidas ao templo, em Jerusalém, em tempos posteriores. Posto que essa festa estava unida à Páscoa, conclui-se que era uma das três grandes festividades requeridas a todos os hebreus do sexo masculino, que deveriam reunir-se em Jerusalém (Lev. 23:10).
Após a construção do templo, pelo rei Salomão (filho de Davi), Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém (2 Reis 23: 21-23). Nos tempos do Novo Testamento, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira, visto que, quando José e Maria levaram Jesus para a celebração da Páscoa, aos doze anos de idade, as Escrituras registram um incidente na vida do menino (Luc. 2:41-50).
O princípio do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou. Semelhantemente a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Efe. 2:8-10).
O Cordeiro pascal era um “sacrifício” a servir de substituto do primogênito; isto prenunciava a morte de Cristo em substituição à morte do crente. Cristo morreu exatamente no período da Páscoa, e esse sempre foi considerado um evento capital para os primeiros cristãos, e daí por diante, durante todo o cristianismo Jesus é chamado de nosso “Cordeiro pascal” (1 Cor. 5:7).

A “Última Ceia” é exposta nos evangelhos como uma refeição pascal. O ensino paulino sobre a última ceia faz com que a mesma seja um memorial tanto da morte libertadora de Cristo quanto da expiação. Ambos os elementos faziam parte da Páscoa do AntigoTestamento. A Ceia do Senhor é um memorial (anámnesis) que deve ser mantido vivo, até que o Senhor retorne (1 Cor. 11:23-26).
Em suma, é evidente dizer que Jesus reinterpretou a Páscoa em consonância com suas próprias experiências. A Páscoa deve ser encarada pela igreja cristã com maior significação na pessoa de Cristo, conservando a ideia de ação de graças, pelas provisões recebidas e a lição de obediência redundante na libertação dos nossos pecados.